Leilão de Potência reforça a contratação de confiabilidade a partir de geração limpa e renovável de Hidrelétricas

Esse leilão é considerado um avanço histórico para o setor elétrico e será realizado em junho deste ano

A Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica – Abrage destaca a importância da portaria publicada hoje, 02/01, pelo Ministério de Minas e Energia – MME, que estabelece as diretrizes para o 2º Leilão de Reserva de Capacidade na forma de Potência (LRCAP 2025). Previsto para junho de 2025, o leilão reforça o compromisso do Brasil com a confiabilidade do sistema contemplando expansão da geração limpa e renovável das hidrelétricas.

A Abrage ressalta que o LRCAP 2025 é um passo decisivo para garantir a segurança energética do país, ao mesmo tempo que, considerando o produto hidrelétrico, promove sustentabilidade e modicidade de custos aos consumidores. Para a Associação, a portaria normativa publicada hoje é um marco regulatório essencial para o planejamento e desenvolvimento do setor elétrico brasileiro.

As hidrelétricas desempenham papel estratégico no atendimento aos requisitos de potência do sistema elétrico brasileiro, garantindo flexibilidade operativa, confiabilidade e custos acessíveis aos consumidores. Além disso, são uma fonte de energia limpa e renovável, com emissão praticamente nula de gases de efeito estufa.

O primeiro leilão de potência, realizado em 2021, contemplou apenas a contratação de termelétricas. Agora, graças aos esforços conjuntos do MME, da Empresa de Pesquisa Energética-EPE, do Operador Nacional do Sistema Elétrico-ONS e às contribuições do mercado ao longo de 2023 e 2024, foi possível desenvolver metodologias que viabilizam a inclusão da fonte hidrelétrica.

Essa decisão está alinhada à vocação hídrica do Brasil, que detém 12% da água doce do mundo e conta com reservatórios hidrelétricos responsáveis por cerca de 90% da capacidade de armazenamento de água do país. Além disso, há mais de 7 GW de potencial para ampliação em curto prazo da geração hidrelétrica por meio da instalação de novas unidades em estruturas e reservatórios já existentes, sem causar impactos ambientais significativos. Parte dessa potência, pode ser antecipada para antes de 2030, data estipulada pelo MME, beneficiando o sistema, os consumidores e o meio ambiente. Além disso, o próximo avanço pode ser a contratação de ampliação de potência de unidades geradoras existentes e da contratação de potência de ativos existentes em usinas que não estejam comprometidas com contratos de energia firmados.

As hidrelétricas têm uma capacidade única de ajuste instantâneo à demanda, sendo essenciais para atender às rampas de carga ao final do dia, quando a geração solar se reduz. Em 2024, essas rampas ultrapassaram 38 GW, e a previsão do ONS é que superem 50 GW até 2028. Essa flexibilidade torna as hidrelétricas indispensáveis em uma matriz energética que está sendo ampliada com recursos inflexíveis e fontes renováveis intermitentes, como solar e eólica.

O Brasil precisa de um mix energético equilibrado, que valorize as características e vantagens de cada fonte. O desafio do planejamento e da operação do sistema é atender ao crescimento da demanda com responsabilidade técnica, social, ambiental e econômica, garantindo confiabilidade, segurança operativa e menor custo.

A inclusão de hidrelétricas no próximo Leilão de Potência reafirma o compromisso do Brasil com a sustentabilidade e a eficiência energética, representando um passo decisivo para o futuro do setor elétrico.

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